Discípulo de Tupac e do Mestre Jesus

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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Negro carioca, estilo absoluto! Filho do Pai Celeste com a Mãe África! Adorador da vida, da natureza, dos que buscam Deus e suas virtudes...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O dia em que São Jorge fechou com São Judas Tadeu... contrariado...

(adaptado do texo de Arthur Muhlenberg, do blog do Flamengo do site globoesporte.com)

Amigos rubro-negros... Todos nós sabemos que hoje aqui é feriado do padroeiro dos corinthianos, mas digamos que ele é o santo popstar aqui no Rio. E depois de ontem, pra mim, vai ser mais ainda. O que teve de rubro-negro (inclusive eu) pedindo uma "ajuda divina" pro Fla se classificar não tava no gibi. E, grata surpresa... Aconteceu o que a gente não esperava. Inter ganhou seu jogo, e os dois concorrentes diretos não sairam do 0 a 0 com atuações galáticas, diga-se de passagem, dos goleiros das equipes que não tinham mais pretensão nenhuma na Liberta. O Gabinete São Judas Tadeu de Causas Impossíveis certamente bateu na porta do Escola São Jorge de Guerreiros, Armamentos e Afins para fazer uma solicitação... E bem atendida, por sinal...


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- Escola São Jorge de Guerreiros, boa noite, quem deseja?

- Aqui é do Gabinete São Judas Tadeu de Causas Impossíveis e gostaria de fazer uma solicitação...

Sabendo que São Judas Tadeu tinha uma "dívida" a acertar com São Jorge, eles tentaram engrossar o caldo...

- No momento o patrão não está no momento. Está em reunião.

Mas, como todo bom carioca malandro, o Santo das Causas Impossíveis não deixou a peteca cair:

- Aqui é o próprio Judas Tadeu. Manda esse cara atender aí que eu tenho uma parada séria pra falar com ele...

Muito p... da vida, São Jorge atendeu...

- Fala, Tadeu! O que você quer, mano? Eu estou em reunião... Tô ocupado, cara!

- Não vem com esse papo de paulista trabalhador não que tu tá em alta aqui com os meus manos daqui do Rio...

- Tá legal... O que você quer?

- Seguinte... Tô precisando de um favorzin seu... Hoje o expediente aqui no Gabinete tá frenético e eu tô com uma sobrecarga que meus protegidos mandaram pra mim ontem, quarta-feira...

- Já sei... Aquela "mulambada" do time do Flamengo... Não conseguem fazer uma partida que preste e agora você vem me pentelhar por causa deles... Acho que nessa, não vou te ajudar, não, meu brother, porque tu já me sacaneou uma vez em 2007. Tenta a sorte com o Gabinete do São Paulo, que também tão p... da vida com vocês que seus protegidos estão dizendo que uma certa Taça das Bolinhas deve ir pro lugar lá de vocês...

- Ô, chefia... Tu esquece muito rápido os favores que a gente faz pra vocês, não é? Já esqueceu que mandamos um "Fenômeno" todo limpinho, diga-se de passagem, depois da gente dar uma recauchutada nele? Com ele vocês ganharam a Copa do Brasil ano passado. E por causa disso que vocês estão na Liberta esse ano! Então não reclama!

São Jorge teve que parar a reunião.

- Tá legal, então, Judas Tadeu, o que você quer agora?

- Mano, é o seguinte... Dá pra reforçar uns guerreiros extras pra gente se classificar? Pensa na hipótese... Se a gente passa por esse sufoco, te pago em duas vezes... Uma, semana que vem, e outra, na outra semana... Ó, e ainda tem um bônus... Tu fazendo isso até os meus protegidos vão te honrar amanhã e com mais fé ainda. Não vou nem ficar bolado... O que tu acha?

- Pô, cara, tu ainda quer me pagar em duas vezes? Tá achando que sou Casas Bahia?

- Né nada disso não, mermão... Mas é o que eu posso fazer no momento... Tem muita ordem de serviço aqui e meus subordinados não tão dando muito conta do recado...

- Tá legal... Tá certo então, mano... Mas só vou fechar contigo porque teus protegidos aí no Rio gostam de mim e fazem até feriado por minha causa... Mas a lança que eu matei o dragão não empresto não... To mandando um armamento extra ae... Agora tu se vira...

- Já, é, Jorjão... Te devo essa... Semana que vem a gente se fala...

- Beleza, mano!


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E deu no que deu ontem...

Pra vocês não ficarem boiando, entenda porque São Jorge tá bolado com São Judas Tadeu...

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O telefone toca várias vezes no gabinete de São Judas Tadeu até que a secretária termine sua conversa no MSN e se digne a atender.

- Gabinete de São Judas Tadeu, padroeiro do Flamengo e das Causas Impossíveis, em que posso ajudar?

- Oi, amiga, sou eu, Eliza, secretária de São Jorge. Poxa, o telefone tocou tanto que achei que não tinha mais ninguém aí.

- Ah, colega, fim de mês, Mengão classificado, só tá eu e o boy hoje. O quê que você quer?

- Ih, menina, é o São Jorge que tá aflito querendo falar com São Judas Tadeu urgente. Tem como você localizar esse santo homem?

- Mas é claro que sim, pro seu chefe o meu patrão está. Vou transferir a ligação, põe teu santo aí na linha.

- Brigada, amiga, bom fim de semana e até segunda. Beijo.

- Que segunda, só volto aqui na terça. Beijo, segura na linha que eu vou falar com São Judas.

A secretária se levanta de sua mesa, estica a saia pra tentar aumentar o comprimento do reduzido paninho e vai se equilibrando no saltão até a porta da sala de São Judas. Toc, toc, toc. Lá de dentro troveja a voz poderosa de São Judas.

- Entra, minha filha, o que é agora?

A secretária abre a porta e entra na sala, São Judas nem olha pra ela, concentradão no Winning Eleven.

- Quê que tá pegando, garota? Diz aí logo porque eu to quase na semi da Liberta 2008.

- É que seu São Jorge quer falar com o senhor. Parece que é urgente.

- Urgente? Será que ele deu mole de novo pro Dragão? Deixa eu dar pause no joguinho e manda a ligação aqui pro sem fio. E olha essa saia curta, garota. Tá pensando que isso aqui é Brasília?

A secretária sai da sala no seu passinho rebolado e no segundo seguinte a campainha do telefone sem fio toca. São Judas atende.

- Fala, Jorjão, quê que tu manda, guerreiro? Tudo bem, hahahaha?

A voz de São Jorge não está nada jovial, o tom é fúnebre.

- Judas, meu camarada, não fica me tirando, tu sabe que eu vou ter um fim de semana daqueles. Meu telefone não pára, é uma porrada de email, novena, tô até com medo de incêndio por causa de tanta vela que os mano tão acendendo lá embaixo. Recebi agora uma mensagem do Cumpadre Washington…

- O Cumpadi Washington do Tchan? Pô, o cara tava sumidão…

- Não, Judas, o meu cumpadre Washington Olivetto, curintiano terminal. O publicitário, manja?

- Ah tá, sei quem é. Ele mandou uns recados aí pra mim, mas achei que era algum fake, nem considerei.

- Pois é, apesar de ter ficado meio bolado com ele por ter dito que eu precisava de uma aulas de milagre, seguindo a sugestão dele tô te ligando pra pedir um help. Afinal, antes de ser o Padroeiro do Mengão tu é o cara das causas imposssíveis, né?

- Ihhh, já vi que o problema é futebol. Agora eu sou o cara, né? Pô, tô exausto, acabei de resolver o rolo do Joel. Mas, tá legal, parceiro, como eu posso ajudar?

- Judas, eu sei que você já tá de férias, o Brasileiro terminou pra você. Então eu pensei em te convidar pra formar comigo e ir até Porto Alegre no domingo. Assim tu me dava uma moral e dividia o serviço. Sem falar que livrar os mano é uma causa perdida, tua praia, certo? Não fica tentado pelo desafio profissional?

- Olha só, meu amigo. Domingo eu tenho que ir pro Recife, Jorge. Fica ruim quando eu não apareço. Não fica entrando nessas pilhas de publicitário que isso é prejú certo. E depois eu arruíno meu fim de semana, ajudo teu time e quando acaba tudo bem todo mundo vai falar que foi um milagre de São Jorge. Aí quebra a firma, certo?

- Eu sei, parceiro. Neguim é ingrato pra caramba. Foi exatamente isso que eu combinei com o Olivetto. Se tu formar comigo e resolver a treta, ele vai fazer um anúncio gigante no dia seguinte em todos os jornais agradecendo a gente. Com destaque pro teu nome. E aí, meu truta, vamos encarar essa pedreira em nome dos pobres?

- Pô, Jorge, tu é paulista mesmo, só me bota em roubada, hein? Trabalhar domingo é brincadeira. Mas tá tudo certo, vou te dar esse adianto. Mas vamos combinar o seguinte: esquece essa parada de anúncio. Quero ficar na paz. A próxima mocréia que me perturbar querendo casar você que vai dar jeito, combinado? Afinal, dragão é a tua praia. Formou?

- Demorou, Judas. Apesar de casamento ser assunto de Santo Antônio. Domingo é nóis, mano! Fica com Deus, amigo.

- Ah, não bota o chefe nesse rolo, não, Jorge. Vamos resolver essa parada aqui no segundo escalão. Você sabe que ele não gosta de se meter com mixaria. Tô fazendo isso porque tu é parceiro, mas também pra sacanear o São Paulo, hahahaha. Abraço e Saudações Rubro-Negras.

São Judas desliga o telefone, se reclina na cadeira, põe os santos pés sobre a mesa e volta a jogar o Winning Eleven, onde o Mengão se preparara para semi da Liberta 2008 contra o Cúcuta.

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Enquanto isso, os protegidos de São Judas Tadeu comemoram hoje o dia... De São Jorge...


fonte adaptada: http://colunas.globoesporte.com/arthurmuhlenberg/2010/04/23/o-dia-em-que-sao-judas-deu-um-chapeu-em-sao-jorge/

domingo, 11 de abril de 2010

O admirável mundo do Bandoleiro

Pro que eu vou contar agora vou começar com uma analogia que cabe.

Alguns de vocês já devem ter visto o filme "Carros". Um filme infantil, mas com um roteiro bem plausível pelo que cabe à minha vida.

A história do filme se baseia num carro de corrida que tinha em volta todos os holofotes e, com todo o sucesso em sua volta, se portava como uma celebridade. E, como tinha que decidir o futuro do seu campeonato, visto que na última corrida houve um empate, teria que correr mais uma vez.

Sendo que um imprevisto acontece na sua viagem. Ele cai do caminhão onde ele é transportado e acaba se perdendo. Tentativa desesperada de reencontrar seu amigo transportador, não obteve êxito. E acabou parando numa cidade longínqua no meio do nada. E pior, como um meliante, devido aos estragos que ele fez na cidade.

Só que ele não queria cumprir sua pena. Ele tinha em mente a sua corrida. Ele não tinha tempo pra estar numa cidade pacata no meio do nada. Até que ele percebe que aquela cidade não precisava somente de um reparo no asfalto. Ela precisava de algo mais.

A autoestima daquela cidade, por estar no meio do nada já estava abalada. E ela precisava de um alguém que fizesse essa auto-estima voltar. E a cidade contava com esse "carro" pra que isso acontecesse. Tudo muito bem... Só que essa possibilidade tinha que voltar à sua rotina.

O final do filme vocês ja sabem, mas eu contei essa analogia pra vocês entenderem o admirável mundo do Bandoleiro que tem tudo a ver não com o carro, mas sim, com a cidade.

Tem coisas na nossa vida que nos fazem perceber que estamos sozinhos, como a cidade que eu contei. E é assim o admirável mundo do Bandoleiro. Um dia muito belo. Digno de cobiça. Mas que com as circunstancias ele foi literalmente esquecido, no meio "de um deserto", como a tal cidade do filme, esperando por um "carro" que faça voltar a autoestima uma hora perdida.